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A Carta aberta a Fernando Madureira, a que nem o líder dos Super Dragões ficou indiferente…e “Macaco” respondeu

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Eu sei que não devia dizer-te isto, agora que passam dois dias sobre aquele momento que queremos esquecer. Estiveste mal, macaco. Muito mal! Não posso perdoar-te macaco. Há muita coisa que não posso perdoar-te. Insurgiste-te contra o treinados Sérgio Conceição e o presidente Pinto da Costa. Eles que te deram tudo: Campeonatos, Taças, glórias, alegrias. Vamos lá falar claro.

O comportamento das claques de futebol nunca foi exemplo a seguir por quem gosta de futebol. E tu, enquanto líder de uma delas não és, nem nunca foste uma referência. Os cânticos de incentivos não têm de ser provocatórios, não sei se me estás a entender… Vi o rosto do Sérgio amargurado a dizer que agarra as malas e vai embora. O Sérgio Conceição. O treinador que recuperou a mística de vitória que outros deixaram que se perdesse. Com as suas mãos fortes, grandes e seguras ele comanda os nossos e desafia o destino. É um homem importante o Sérgio.

Um homem sério e de convicções profundas e inabaláveis.
E não tremeu, quando vos enfrentou, furiosos. Não sei se, depois, sozinho chorou. Não te perdoo macaco! Lembra-te de que, se os nossos avançados não precisassem de vinte oportunidades para marcar um golo e marcassem três golos em três oportunidades, já não estariam a jogar no Porto. Estariam provavelmente no … Liverpool, ou noutro clube de igual dimensão europeia. E foi o Sérgio que fez deles, da equipa, dos sócios, dos adeptos verdadeiros campeões. E foi com o Sérgio no comando que, há dias, durante meia hora, no Dragão encostamos o colosso inglês às cordas. E a claque que lideras esteve tão bem naquele jogo, ao aplaudir a equipa de forma vigorosa e entusiasta quando sofremos o segundo golo. Arrepiante! Há um pensamento que me domina, mau grado todos os esforços em combatê-lo e afastá-lo. Um pensamento horrível que me levaria a odiar-te se viesse a tornar-se realidade.

É que um dia as nossas crianças, os nossos jovens venham a seguir o teu exemplo e, quando contrariados, desatem a atirar a pais e professores a bata, a mochila, o casaco. Ah não macaco, isso não. Eu seria capaz de tudo, até de… Perdoa, não tenho o direito de julgar-te. Não tenho? Porque não, se sou uma das tuas vítimas? Sim, porque ainda ontem a minha netita, a Maria sentou-se no meu colo e, com os olhos muito vivos perguntou-me porque é que “aquele senhor” no fim do jogo de Vila do Conde despiu a camisola e a atirou ao chão. É que disseram-lhe que era o símbolo do nosso clube a ser espezinhado. A camisola com o símbolo do clube atirada, com ódio para o terreno de jogo!

E gora? – pergunta a Maria, inocente?

Uma camisa pode comprar-se com alguns euros. Mas a alma espezinhada duma criança não há dinheiro que a lave. Um símbolo que até o treinador do Liverpool, Klopp, nosso adversário nos quartos-de-final da Champions League, ao entrar no campo, por respeito não pisou! E tu humilhaste-nos! Eu sei, macaco que não devemos deixar as nossas crianças ver aquelas imagens. Mas sabes, foi na escola que as companheiras mais velhas lhe mostraram as imagens contidas nas redes sociais. Lembras-te das histórias que as mães contam aos filhinhos: os bons têm sempre um prémio; os maus serão castigados. Agora também fazes parte dos segundos. Será castigado?

Pois bem, eu não queria que fosses castigado – afinal és um dos nossos. Por mim, perdoo-te. Só não te perdoo o que fizeste ao Sérgio. E à Maria. E se te retratares publicamente, talvez o treinador e o presidente te perdoem, também. Nós precisamos da tua garra da tua força, da tua energia. O Porto precisa de ti, macaco.

Nós precisamos de ti…

Heitor Ramos

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