Martín Anselmi fez em exclusivo para a DAZN uma projeção do Mundial de Clubes para o FC Porto. O treinador abordou muitos temas, os adversários e os objetivos dos dragões na prova.
Um novo contexto desportivo
«É uma competição diferente em que, ao se jogar num só local e com este formato de Mundial, todos os jogos vão ter muita intensidade. Os detalhes vão ser muito importantes, não há margem para errar porque é uma fase de grupos e já sabemos como é este tipo de competições em que é necessário ganhar para se poder seguir em frente. Estamos contentes por estarmos aqui a representar o FC Porto, por termos o privilégio e o prestígio de encarar esta competição com as cores do FC Porto. A nível pessoal, estou a desfrutar muito de estar aqui com o grupo, desta dinâmica de ir ao hotel, de vir treinar, de preparar os jogos e de estarmos juntos. Acho que nos faz bem e ajuda a melhorarmos.»
Adversários com valor
«É um grupo forte. O Palmeiras é uma das maiores equipas da América do Sul, tem um treinador com experiência que sabe o que é ganhar títulos importantes como a Libertadores, a Recopa e o Brasileirão. Ganhar o Brasileirão é muito complexo, é uma competição em que não há margem de erro e na qual dez ou 12 equipas têm a possibilidade de ser campeãs porque têm plantéis muito fortes. Sabemos dos nomes que tem o Inter Miami e a experiência que tanto os jogadores como o treinador aportam. O Al Ahly é um dos clubes mais fortes do continente africano, uma equipa que é intensa, não vai dar nenhuma bola como perdida, vai lutar em cada lance. Além disso, o jogador egípcio é um jogador técnico, então vai ser uma batalha dura. Antecipo três desafios muito difíceis e, sobretudo, como há sempre algo em jogo e não há margem para o erro, acho que se vão definir em detalhes.»
Mentalidade certa
«Nós temos claro que precisamos de pensar jogo a jogo e competir ao máximo em cada encontro. Quando falo em competir, é justamente estar focado no presente. Se nós nos afastamos do presente, vamos estar longe de competir. Não podemos ir já com a cabeça no jogo seguinte nem no resultado. Podemos estar a ganhar e isso não significa que devemos relaxar, tal como, se estivermos a perder, não devemos desesperar. Cada duelo é um mundo à parte, temos que encará-lo, saber geri-lo e ser inteligentes para competirmos sempre. Queremos competir e estamos cientes de que, se competirmos como nós sabemos, vamos estar muito mais perto do objetivo que é ir avançando no Mundial.»
Filosofia tática
«Em primeiro lugar, não gosto da palavra impor. Temos uma essência na hora de jogar e fazemos habitualmente o mesmo, que é ser protagonistas: gostamos de ter a bola, de controlar o jogo com bola, de tentar ser intensos e recuperar o mais cedo possível. Gosto de equipas inteligentes que sabem que, quando não puderem recuperar nessa primeira instância, devem agrupar, viajar juntas, esperar o momento e saltar para pressionar. Acho que é muito importante no futebol atual entender qual é o momento de pressão e ir intenso, de saltar de trás e ter essas ajudas em que, se não rouba o primeiro, rouba o segundo ou rouba o terceiro, forçar o erro do rival. Acho que é extremamente importante e depois gosto que tenhamos a bola e que ataquemos encontrando as vantagens que te pode dar o adversário em cada ação. Pode ser um espaço, uma superioridade numérica, mas sem entrar no desespero de forçar.»
Crescimento do plantel
«Cada ação tem uma vantagem diferente, há ações em que temos vantagem no espaço, outras em que temos um homem livre, pode haver uma superioridade numérica e temos que saber encontrá-la. Não acho que é agora no Mundial que se vai ver isso, já se tem visto isso no FC Porto. No último jogo em casa [contra o Nacional], encontrámos essa vantagem sem desesperar. Conseguimos atrair o rival, encontrar a superioridade que havia na última linha, jogar com o Samu e captar com o Fábio. Num lance, o Fábio consegue arrastar o adversário, no seguinte o Samu vai no espaço e termina em penálti. Estamos a evoluir como queremos. Depois, acho que esta situação é híbrida pois nem é uma nova época, nem o final da anterior, há um pouco de cada e nós continuamos os mesmos. Chegou o Gabri Veiga, mas os restantes são os mesmos, então acho que o Mundial de Clubes não marca o arranque de uma nova época, mas sim a oportunidade de voltarmos a encontrar-nos e a competir, sempre com o intuito de deixarmos a melhor imagem possível como sempre.»