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Farioli sempre mostrou talento para arranques fulgurantes, mas desta vez há algo diferente: cinco vitórias seguidas e uma sensação de que o FC Porto voltou a acreditar em si próprio. O italiano, metódico e obcecado pelo detalhe, carrega consigo a memória de Nice, onde viveu um início que roçou a perfeição — 13 jogos sem perder, apenas quatro golos sofridos e gigantes como PSG, Lyon ou Mónaco a dobrarem-se perante a sua muralha. Só o Nantes, à 14.ª jornada, conseguiu quebrar o encanto.
Em Amesterdão, o conto foi mais curto: quatro triunfos seguidos e depois a queda abrupta diante do Panathinaikos. Mas cada cicatriz moldou o treinador que hoje comanda o dragão.
No Porto, Farioli herdou um plantel órfão de confiança, esgotado por temporadas dececionantes e marcado pela exigência sem tréguas dos adeptos. Respondeu com trabalho, rigor e uma leitura apurada do balneário. Não bastou o maior investimento da história do clube — mais de 94 milhões de euros em 10 reforços —, foi preciso devolver alma e intensidade a uma equipa anémica. Dez semanas depois, o que se vê em campo é um Porto voraz, faminto, capaz de morder cada bola como se fosse a última. O dragão, que parecia adormecido, voltou a cuspir fogo.
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