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A PSP realizou uma megaoperação batizada de “Bilhete Dourado”, que incluiu buscas na Porto Comercial, na Loja do Associado e em diversas residências, no âmbito de uma investigação que aponta para um esquema prolongado de venda ilegal de bilhetes do FC Porto. De acordo com o Ministério Público, o clube terá sido lesado em vários milhares de euros.
No centro deste alegado esquema está a filha de Fernando Madureira, que, com apoio dos avós — descritos pelo MP como facilitadores e responsáveis pela guarda do dinheiro obtido — terá vendido entradas para os jogos junto ao Estádio do Dragão, nas imediações da sede da claque Super Dragões. A própria Sandra Madureira, mãe da jovem, também foi alvo das diligências deste domingo.
Os sogros de Madureira são igualmente suspeitos de colaborar no branqueamento dos lucros obtidos, com os bilhetes alegadamente fornecidos pelo FC Porto a serem comercializados em diferentes fases, com o auxílio de terceiros.
O método passaria pelo envio de pedidos dos Super Dragões à Porto Comercial, sendo posteriormente recolhidos com ajuda de funcionários do clube. Entre os nomes apontados pelas autoridades estão Cátia Guedes, coordenadora da Loja do Associado, e Fernando Saúl, antigo speaker do Dragão, detido no âmbito da Operação Pretoriano.
A investigação indica ainda que bilhetes destinados a zonas específicas, inclusive para funcionários, estavam a ser desviados para o mercado paralelo. Há suspeitas de que este sistema fosse do conhecimento da SAD portista, como parte de uma troca tácita pelo apoio da claque.
O estilo de vida de luxo exibido por alguns suspeitos, nomeadamente a família Madureira, chamou a atenção das autoridades. A operação incluiu buscas em várias casas nas zonas do Porto, Gaia e Matosinhos, resultando na constituição de mais de dez arguidos e na apreensão de milhares de bilhetes e somas de dinheiro ainda por contabilizar.
O foco da investigação é a relação entre o clube e os Super Dragões, regulada por um protocolo financeiro supervisionado pela APCVD. Bilhetes supostamente atribuídos a atletas ou casas do clube, muitas das quais fictícias, acabariam por ser vendidos através de um grupo de WhatsApp chamado “SD Reserva”, a preços inflacionados.
Entre os jogos visados pela vigilância policial estão confrontos com o Arsenal, Benfica, Sporting, Vitória de Guimarães, Vizela e Famalicão. As imagens obtidas serviram de prova e reforçaram as suspeitas de que os Madureira beneficiaram financeiramente com estas práticas ilícitas, que terão continuado mesmo após a detenção de Fernando Madureira.
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