O FC Porto encontra-se numa posição delicada no campeonato, estando a nove pontos do líder Sporting e a seis do Benfica, que ainda tem um jogo por disputar com o Gil Vicente. Este cenário coloca os dragões numa situação inédita: podem falhar a qualificação para a Liga dos Campeões pelo segundo ano consecutivo, algo que nunca aconteceu desde que a prova adotou o seu formato atual em 1992.
Os azuis e brancos sempre foram um dos clubes com mais presenças na maior competição europeia de clubes, mas já ficaram de fora seis vezes desde a criação do formato atual. No entanto, nunca aconteceu em anos seguidos. E o futuro não facilita: a partir de 2025/2026, apenas os dois primeiros classificados da Liga portuguesa terão lugar na Champions, o que torna ainda mais difícil a tarefa da equipa de Martín Anselmi.
A nível financeiro, a ausência da competição significa uma perda estimada em 100 milhões de euros em duas épocas. Para mitigar este impacto, a SAD liderada por André Villas-Boas conseguiu encaixar 110 milhões com as vendas de Galeno e Nico González, negócios fundamentais para equilibrar as contas.
Além disso, os portistas também irão beneficiar do Mundial de Clubes de 2025, nos Estados Unidos. A FIFA vai distribuir 930 milhões de euros entre os 32 clubes participantes, e o FC Porto deverá receber cerca de 15 milhões, um montante inferior ao inicialmente esperado, mas que pode ajudar a reduzir os danos financeiros.
No entanto, o apuramento para a Champions ainda é possível, embora complicado. Para isso, os dragões teriam de vencer todas as partidas restantes e esperar que Sporting e Benfica perdessem pelo menos três jogos. Como se isso não bastasse, o terceiro lugar na Liga também está em risco, com o SC Braga à espreita de um deslize. Caso percam essa posição, os portistas quebrariam uma marca de 49 anos consecutivos no pódio, desde a longínqua época de 1975/1976, quando ainda não existia a era Pinto da Costa.