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Saiba o que disse Sérgio Conceição na antevisão ao clássico com o benfica

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Sérgio Conceição fez uma previsão para o clássico contra o Benfica que está marcado para amanhã, no Estádio da Luz.

Sente que vão existir diferenças em relação ao jogo da Supertaça, tendo em conta as alterações que já houve nas duas equipas?

“Antes de mais, peço desculpa pelo atraso [mais de 20 minutos]. Queria dar os parabéns a todas as pessoas que fizerem e fazem a história deste grandíssima instituição que é o FC Porto e a todos os sócios, adeptos e simpatizantes, a verdadeira alma do clube. Não podemos prever o que vai acontecer no jogo, podemos estar preparados para os diferentes momentos e, nesse sentido, dar o nosso máximo. Depois o jogo tem a sua história, caminho e percurso. Sabemos que é sempre um jogo difícil frente ao campeão nacional. Temos respeito mas também temos a ambição de ir à Luz ganhar”.

Estudo que refere que os plantéis de Benfica e FC Porto têm uma diferença de mais de 100 M€…

“É um número. Sabemos que, neste caso, o Benfica em termos de investimento fez cerca do dobro. Mas isso vale o que vale. É importante os plantéis serem equilibrados e que nos deem garantias em todas as provas. Se olharmos para isso, as equipas que têm orçamentos mais baixos que nós, não têm a ambição ou vontade de nos ganhar? Não é isso que se vê, isso conta pouco”.

Situação de Pepe… Conta para amanhã?

“A exigência aqui começa no presidente, que é exigente com ele e com os outros, acabando no tratador de relva. Toda a gente aqui é importante e toda a gente percebe que há uma exigência grande e muita vontade de fazer as coisas como devem ser feitas. O departamento médico faz parte e tem, ao longo destes anos, feito um bom trabalho. Nunca é fácil, numa época desportiva com tantas situações em que precisamos das recuperações físicas… Aqui não há caso nenhum. Houve um jogador que ficou de fora e eu manifestei-me daquela forma. No dia de jogo, a pressão desse mesmo jogo é grande e quando temos um atleta, da importância do Pepe, dentro e fora do campo… Foi tudo clarificado. O Pepe está em dúvida, vai ser até à hora do jogo. Se estivesse apto estava, se não estivesse também o diria. Neste momento é uma dúvida”.

O Sérgio tem tido grande taxa de sucesso na Luz enquanto treinador do FC Porto. Tem a ver com estratégia ou componente emocional?

“O meu trabalho a esse nível emocional é menor nos grandes jogos. Não nos adianta estar muito bem nos jogos e noutros isso não acontecer. O plano de jogo faz parte do que é o nosso trabalho durante a semana. Esse passado recente não conta nada para amanhã, o jogo ganha a sua vida dependendo do que fazemos nele. [É preciso] Trabalhar bem e prepará-lo bem. Do outro lado está o campeão nacional com jogadores de altíssimo nível, mas nós também os temos. Queremos muito ganhar para que isso depois seja visível nos títulos conquistados”.

Referiu várias vezes que não liga à estatística, mas só perdeu uma vez no Estádio da Luz. É um palco onde se sente bem? Está à espera de um Benfica mais defensivo do que aquele que se viu na Supertaça? Nomeação de João Pinheiro para árbitro principal e Soares Dias no VAR…

“O nosso trabalho é exatamente preparar da melhor forma o jogo. Nesse jogo da Supertaça houve duas partes distintas, por mérito do adversário e demérito nosso. Temos de estar preparados para essas duas situações. Faz parte do nosso trabalho. Acho que o Benfica não é só uma equipa boa a ligar o jogo na dinâmica que tem com bola, mas sim também quando joga de forma mais direta e utiliza muito bem os avançados que tem. Temos de estar preparados para os dois momentos, e houve outros que também preparámos. Cabe-nos meter em campo essa estratégia, não nos podemos esquecer que há uma bola e é preciso correr de forma organizada com intensidade e agressividade, algo que faz parte da nossa base. O melhor resultado é a vitória. Estatística? Há seis anos que digo que isso me diz muito pouco. Há um jogo para disputar amanhã, um clássico, um jogo que espero que seja competitivo e que espero que sejamos nós a ganhar”.

David Carmo não jogou tanto na temporada passada e isso acabou por ser tema de debate. O que viu nele desde então para agora estar a merecer esta oportunidade?

“É o que acontece com todos os outros jogadores, pode chegar o momento dele. As pessoas podem ou não lembrar-se, mas o David já foi titular em muitos jogos. Não teve a regularidade do Pepe nem do Marcano, mas faz parte do grupo e é um jogador importante hoje, assim como o era quando chegou. Se é tema ou não, isso depende de quem olha para o FC Porto e quer ver ou levantar situações, ou pelo valor que custou o jogador, por isto ou por aquilo. Eu preocupo-me com o que é importante”.

Benfica perdeu um jogo em casa esta época, na Champions contra o Salzburgo. Viu o encontro? Se sim, esse jogo dá algum sinal?

“Olhei para esse jogo porque gosto de futebol e faz parte da preparação do jogo de amanhã. As equipas são diferentes, os momentos são diferentes, a prova também. Não vou tirar nenhuma nota só porque o Salzburgo ganhou na Luz. Olho para o jogo e vejo alguns comportamentos do nosso adversário de amanhã que são importantes para trabalharmos. O Benfica entretanto também ficou em inferioridade numérica, assim como no jogo com o Boavista, e também olhámos para esse”.

Sentimento geral do adepto do FC Porto é que a equipa não está particularmente bem. Isso preocupa-o?

“As pessoas podem pegar no que lhes interesse pegar. Estamos no início da época e nós, treinadores, queremos que a equipa evolua sempre de forma positiva e que, a cada dia que passe, seja mais forte. Aquilo que disse foi que podemos fazer mais e melhor em alguns momentos do jogo. Dão ênfase ao que interessa dar. Estamos em 1.º lugar no campeonato, em 18 pontos fizemos 16. A única equipa portuguesa que ganhou na Champions. Podem dizer o que quiserem. Eu tenho noção do que temos a melhorar, os outros treinadores terão a mesma ideia nas outras equipas. Eu disse aquilo, pegaram nisso e fizeram disso uma bandeira. As pessoas são livres de opinar mas não dou grande importância a isso. Penso que os outros treinadores pensam da mesma forma. Não temos de nos motivar dependendo do adversário. Temos de estar motivados contra o Barcelona ou contra o Vilar de Perdizes. Todos os clubes gostam de defrontar o FC Porto e o FC Porto tem de estar sempre igual, contra qualquer equipa que seja”.

No capítulo estratégico para este jogo: no último, necessitou do Iván Jaime para descer um bocadinho. Nestes jogos é necessário ver alguém com um toque de fantasia diferente…

“Faz parte da estratégia para o jogo. Ainda hoje vi uma crónica de alguém que pensa que tem a mania que percebe de futebol e que diz que é portista a dizer que é tudo ao molho e fé em Deus. As modificações que faço durante o jogo tem sempre a ver com o objetivo vitória, e isso é que é importante. O Iván Jaime mais baixo, mais alto, a partir da esquerda ou do banco é sempre um jogador importante, assim como os outros Jaimes todos da equipa. Tem é de correr”.

Já falou de Pepe, mas o boletim clínico do FC Porto está muito preenchido. Como está Marcano e como estão os outros jogadores?

“O Namaso está melhor e já treinou com a equipa, é o único dos que estavam lesionados que está apto. Os outros, existe a dúvida do Pepe, e de resto continuam todos fora. O Marcano, tive oportunidade de falar com ele antes e depois da operação. Está positivo, tendo em conta que o Marcano tem um feitio especial, é um rapaz introvertido, não é muito de expandir os seus sentimentos. Mas vi-o positivo, até porque é um super-atleta e tenho a plena convicção de que vai recuperar e jogar mais uns anos”.

FC Porto faz hoje 130 anos e o museu do clube faz 10. Nestes 10, o Sérgio foi o único que meteu lá troféus em termos de futebol. O que tem mais a acrescentar à história do FC Porto?

“Posso acrescentar aquilo que posso. O meu objetivo é acrescentar a vitória importante de amanhã para conseguirmos o objetivo final de ganhar o campeonato. O meu trabalho é o trabalho da minha equipa técnica. Conseguimos, nestes anos, colocar alguns troféus no museu do FC Porto e espero que no final desta época possamos contribuir com mais. Esse é o meu objetivo sincero, não só como adepto mas também como treinador”.

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